Caso Americanas: como o rombo financeiro passou para um nível judicial
No começo de 2023, a varejista Lojas Americanas anunciou uma dívida de cerca de R$ 40 bilhões. A comunicação do problema financeiro se deu com um anúncio de Sérgio Rial, então CEO da empresa que esteve no cargo por menos de um mês – após perceber tais inconsistências contábeis, Rial renunciou ao cargo. Atualmente, o processo está em nível judicial, após pedido de Tutela de Urgência e de Recuperação Judicial. Entenda:
Após o anúncio da dívida bilionária, o mercado que envolve a varejista passou por certa instabilidade, rodeado de diversas dúvidas. A pergunta que se destaca logo após o anúncio é, certamente: a empresa irá falir? Nesse contexto, e diante das pressões dos credores, as Lojas Americanas tomou, como uma das providências do plano de ação, o pedido de uma Tutela de Urgência, passando o processo para um nível jurídico.
Uma Tutela de Urgência é uma medida judicial que visa proteger um direito ameaçado de forma imediata, sem a necessidade de aguardar a conclusão do processo. No caso das Lojas Americanas, é possível que a empresa tenha solicitado a Tutela de Urgência para evitar que credores iniciassem processos de execução contra a empresa antes que ela pudesse apresentar um plano de recuperação judicial.
Logo em seguida, a varejista protocolou um pedido de Recuperação Judicial. A recuperação judicial é um processo judicial previsto pela Lei de Falências e Recuperação de Empresas (Lei nº 11.101/2005) que visa permitir a reorganização econômica e financeira de empresas que estejam em dificuldades financeiras. A recuperação judicial é uma alternativa à falência, e tem como objetivo evitar que a empresa seja liquidada e seus ativos vendidos para pagar credores.
Durante o processo de recuperação judicial, a empresa pode apresentar um plano de reestruturação de dívidas e negociação com seus credores. Se o plano for aceito pela maioria dos credores e homologado pelo juiz responsável pelo processo, a empresa poderá se reorganizar financeiramente e continuar suas operações.
Não é possível dizer se houve alguma fraude ou crime financeiro. O futuro da companhia ainda é incerto e, por enquanto, será necessário acompanhar o processo. Para entender um pouco mais sobre crimes econômicos empresariais e como se defender, confira aqui.