
FGTS Para Servidores Temporários: Como Garantir o Pagamento?
A administração pública usa contratações temporárias para atender demandas emergenciais, mas muitas vezes renova esses contratos sucessivamente, sem justificativa legal. Esse desvio na contratação pode garantir o direito ao FGTS, mesmo para quem não tem vínculo permanente.
Servidores que trabalharam por anos sob contratos temporários podem exigir o depósito do FGTS referente aos últimos cinco anos. A Justiça tem reconhecido esse direito, condenando Estados e Municípios que mantêm servidores temporários em funções permanentes.
Quando o FGTS Deve Ser Pago?
A Constituição prevê que o ingresso no serviço público deve ocorrer por concurso, mas permite contratações temporárias para necessidades excepcionais. Esse tipo de contrato não pode ser usado para suprir vagas permanentes, nem ser renovado várias vezes para evitar nomeações efetivas.
Se a administração pública usou contratações temporárias de forma irregular, o contrato perde validade. Mesmo assim, o servidor deve receber o FGTS. A Lei nº 8.036/90, em seu artigo 19-A, garante esse direito quando há nulidade na contratação.
A Justiça Está Reconhecendo o Direito ao FGTS
O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que a renovação contínua de contratos temporários gera o direito ao FGTS. No julgamento do Recurso Extraordinário nº 705.140, o tribunal reconheceu que o servidor não pode ser prejudicado por uma irregularidade cometida pelo próprio Estado.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também confirmou esse entendimento. Nos tribunais, as decisões recentes têm favorecido os servidores, garantindo o pagamento do FGTS em casos de contratações temporárias desvirtuadas.
Como Exigir o Pagamento do FGTS?
Se você trabalhou sob contrato temporário e acredita que houve irregularidade, siga estes passos:
✔ Confira seu histórico: Analise se o contrato foi renovado várias vezes sem justificativa.
✔ Reúna documentos: Separe contratos, contracheques e registros das renovações.
✔ Procure um advogado: Um especialista pode entrar com ação judicial e garantir o pagamento do FGTS.
Quem comprovar o desvio na contratação pode exigir o valor referente aos últimos cinco anos. A Justiça já tem condenado Estados e Municípios a regularizar essa situação.
Conclusão
A administração pública não pode usar contratações temporárias para suprir funções permanentes. Quando isso acontece, o servidor tem direito ao FGTS, pois trabalhou sob um contrato que violou as regras da contratação excepcional.
Se seu contrato foi renovado várias vezes sem justificativa, busque orientação jurídica e garanta seus direitos. O FGTS é uma indenização devida, e a Justiça tem garantido esse pagamento.