
📑 LIP em Minas Gerais: Por Que a Cobrança da Contribuição Patronal É Ilegal e Como o Servidor Pode Se Defender
Introdução
Você tirou Licença para Tratar de Interesses Particulares (LIP) em Minas Gerais e se deparou com cobrança de contribuição patronal mesmo estando sem remuneração? Essa prática continua gerando controvérsia jurídica e tem afetado diretamente o planejamento de muitos servidores públicos estaduais.
Desde 2013, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) analisou a questão no Incidente de Constitucionalidade nº 1.0000.17.090013-8/001, reconhecendo a ilegalidade da cobrança. Apesar disso, o Estado segue exigindo o pagamento. Neste artigo, explicamos por que essa cobrança é indevida e como os servidores podem se proteger judicialmente.
O Que o TJMG Já Decidiu Sobre a LIP
Em 2013, o TJMG julgou que o artigo 31 da Lei Complementar Estadual nº 64/2002 viola a Constituição ao transferir ao servidor o pagamento da contribuição patronal durante a LIP. A Corte entendeu que essa obrigação deveria recair exclusivamente sobre o Estado, e não sobre o servidor afastado.
Essa decisão não teve efeito geral porque surgiu de um julgamento em controle difuso de constitucionalidade. Isso significa que ela valeu apenas para o caso concreto analisado, sem suspender automaticamente a aplicação da norma para todos os servidores.
O Estado Continua Cobrando — E os Servidores Arcam com as Consequências
Mesmo com a decisão judicial contrária, o Estado de Minas Gerais mantém a cobrança da contribuição patronal dos servidores em LIP. Ao fazer isso, ele ignora os princípios de equidade e solidariedade da previdência pública.
Durante a LIP, o servidor não recebe salário. Ainda assim, o Estado exige o pagamento da parte patronal da contribuição — um encargo pesado, que dificulta ou até impede o usufruto da licença.
Quem não paga enfrenta sérios problemas:
❌ Interrupção no cômputo do tempo de contribuição;
❌ Débito em aberto junto ao IPSEMG;
❌ Impedimento para renovar a LIP;
❌ Risco de protesto e inscrição em cadastros de inadimplentes.
A Judicialização Se Torna o Único Caminho Para Proteger o Direito do Servidor
Diante da insistência do Estado, muitos servidores entraram com ações judiciais individuais para questionar essa cobrança. E os tribunais têm acolhido os argumentos dos servidores, reconhecendo que a exigência não encontra respaldo legal ou constitucional.
Essas ações buscam a exclusão da cobrança e, em alguns casos, o reembolso de valores pagos indevidamente. Quando o servidor apresenta provas da LIP e da cobrança indevida, a Justiça costuma decidir a seu favor.
A Importância de Um Advogado Especializado
A atuação de um advogado com experiência em direito dos servidores estaduais de Minas Gerais faz toda a diferença nesse tipo de demanda. Esse profissional conhece as teses já aceitas pelos juízes, entende os fundamentos legais corretos e sabe como conduzir a ação para aumentar as chances de vitória.
📌 O processo exige argumentos técnicos sobre constitucionalidade, regime previdenciário e controle de legalidade, o que torna a assistência jurídica essencial.
Conclusão
A exigência de contribuição patronal durante o período de Licença para Tratar de Interesses Particulares (LIP) não encontra amparo jurídico. Mesmo após uma década desde o julgamento do TJMG, o Estado de Minas Gerais insiste em manter uma prática que os tribunais já questionaram.
O servidor que enfrenta essa cobrança não deve aceitar esse ônus sem contestação. Buscar orientação jurídica e ingressar com ação judicial representa o caminho mais seguro para proteger seus direitos previdenciários e evitar prejuízos financeiros desnecessários.
👉 Se você está em LIP ou já passou por essa situação, reúna sua documentação, consulte um advogado especializado e exija respeito aos seus direitos.