
Adicional Noturno Para Servidores Públicos: Quando É Devido e Como Reivindicar Esse Direito
Introdução
Você sabia que o servidor público que trabalha no período da noite pode ter direito a um acréscimo na remuneração? O chamado adicional noturno para servidores públicos é um direito previsto na Constituição e garantido por legislações estaduais e locais, mas muitas vezes é ignorado ou indevidamente negado pela Administração Pública.
Neste artigo, explicamos como funciona esse direito, com base na legislação, jurisprudência e decisões judiciais recentes. Vamos também te mostrar por que contar com apoio jurídico pode fazer toda a diferença para garantir seus direitos.
O Que é o Adicional Noturno?
O adicional noturno é um acréscimo salarial concedido ao trabalhador que exerce suas funções em horário noturno. Para os trabalhadores em geral, a Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso IX, determina esse direito, e o art. 39, §3º, estende essa proteção aos servidores públicos:
Isso significa que os servidores públicos têm direito ao adicional noturno, desde que haja previsão em legislação específica ou local.
Quando o Adicional Noturno é Devido?
Embora o direito esteja previsto na Constituição, sua aplicação depende de regulamentação local. O entendimento do Poder Judiciário, como demonstrado na jurisprudência do TJMG, é que:
Em Minas Gerais, por exemplo, os servidores têm direito a 20% de adicional sobre as horas trabalhadas entre 22h e 5h, conforme a Lei Estadual nº 10.745/1992.
Esse adicional é remuneratório e deve incidir também sobre férias, 13º salário e outras verbas.
Situação em Outros Estados
Estados como São Paulo e Ceará, embora reconheçam o direito constitucional, frequentemente não têm regulamentação específica, o que leva à necessidade de judicialização. Em diversas decisões, o Judiciário tem reconhecido o direito ao adicional com base:
- No princípio da isonomia
- Na aplicação direta da Constituição
- Na analogia com normas gerais do direito trabalhista
Por isso, é fundamental verificar a legislação local e, em caso de omissão ou negativa da Administração, buscar o Judiciário.
Jurisprudência Favorável
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por meio de incidente de uniformização, já firmou tese no sentido de que:
A jurisprudência reforça que a ausência de norma infraconstitucional não impede a concessão do adicional, sendo dever da Administração observar os preceitos constitucionais e remunerar adequadamente o servidor.
Por Que Procurar um Advogado Especializado?
Mesmo sendo um direito garantido, o adicional noturno é frequentemente negado ou ignorado. Muitos servidores deixam de receber valores significativos ao longo dos anos.
Um advogado especializado pode:
- Analisar a legislação local
- Verificar se há base para requerer o adicional
- Propor ação judicial para cobrança dos valores atrasados (limitado aos últimos 5 anos)
- Garantir que o adicional repercuta em todas as verbas devidas
Conclusão
O adicional noturno é um direito garantido pela Constituição, mas depende de regulamentação local para ser implementado. Estados como Minas Gerais já possuem legislação clara, enquanto outros ainda resistem em aplicar a norma.
Se você é servidor público e trabalha entre 22h e 5h, verifique se está recebendo o adicional. Se não estiver, busque orientação jurídica. Não abra mão de um direito que pode fazer toda a diferença na sua remuneração!