
⚖️ ANPP em Crimes Contra a Administração Pública: Quando e Como Ele É Aplicado
Introdução
Quem responde a um crime contra a administração pública — como peculato, corrupção passiva ou prevaricação — pode ter a oportunidade de encerrar o caso sem condenação, desde que atenda aos requisitos legais para o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP).
O ANPP já vem sendo aplicado rotineiramente em crimes funcionais que preenchem as condições previstas no artigo 28-A do Código de Processo Penal. Não há impedimento legal para seu oferecimento nesses casos, e diversos Ministérios Públicos já possuem procedimentos padronizados para propor o acordo, inclusive envolvendo agentes públicos.
Neste artigo, você entenderá quando o ANPP é possível nesses crimes, como funciona o acordo e quais são os requisitos para sua aplicação.
O Que É o ANPP?
O Acordo de Não Persecução Penal é uma alternativa legal, prevista no art. 28-A do Código de Processo Penal, que permite ao Ministério Público oferecer um acordo ao investigado antes da denúncia, evitando a abertura de um processo penal.
📝 O ANPP pode ser aplicado quando:
- O crime não envolver violência ou grave ameaça;
- A pena mínima for inferior a 4 anos;
- O investigado confessar formalmente o crime;
- O investigado não for reincidente em crime doloso.
📌 Quando todas essas condições são cumpridas, o Ministério Público pode propor o acordo, e, se o investigado aceitar e cumprir os termos, o processo é arquivado e não há condenação penal.
ANPP em Crimes Contra a Administração Pública: É Permitido?
Sim. O ANPP pode ser aplicado normalmente a crimes contra a administração pública, desde que respeitados os requisitos legais mencionados. A própria legislação não impõe nenhuma restrição quanto ao tipo penal, nem exclui os crimes funcionais da possibilidade de acordo.
Entre os crimes funcionais mais comuns que admitem ANPP, estão:
- Prevaricação (art. 319 do CP)
- Emprego irregular de verbas públicas (art. 315 do CP)
- Violação de sigilo funcional (art. 325 do CP)
- Peculato (art. 312 do CP), quando praticado de forma simples e sem violência
- Corrupção passiva (art. 317 do CP), nos casos com pena mínima compatível
👨⚖️ Diversos Ministérios Públicos em todo o país já oferecem ANPP rotineiramente nesses casos, e o Judiciário homologa os acordos quando todas as condições são preenchidas.
Quais São as Condições Comuns nos ANPPs Funcionais?
Ao propor o acordo, o Ministério Público pode estabelecer:
✔️ Ressarcimento integral do dano causado à administração pública;
✔️ Prestação de serviços à comunidade;
✔️ Pagamento de multa;
✔️ Proibição de frequentar determinados locais ou exercer função pública por determinado tempo;
✔️ Outras condições ajustadas à gravidade do fato e ao perfil do investigado.
💡 O cumprimento integral dessas obrigações garante o arquivamento do processo penal e a extinção da punibilidade.
Por Que o ANPP Pode Ser Uma Estratégia Inteligente?
Para o investigado — especialmente se for servidor público —, aceitar o ANPP pode significar:
🔹 Evitar uma ação penal e todos os seus impactos pessoais e profissionais;
🔹 Manter a ficha limpa, já que o acordo não gera antecedentes criminais;
🔹 Reduzir os custos com o processo e evitar desgaste emocional e institucional.
Além disso, a reparação voluntária do dano, somada à aceitação do acordo, demonstra boa-fé e colaboração com a Justiça, o que pode proteger a imagem do servidor e favorecer sua defesa administrativa.
Conclusão
O Acordo de Não Persecução Penal já é uma realidade consolidada nos casos de crimes contra a administração pública que atendem aos critérios legais. Não há qualquer impedimento jurídico para sua aplicação, e tanto o Ministério Público quanto o Judiciário já vêm homologando esses acordos com regularidade.
👉 Se você está sendo investigado por um crime funcional e foi chamado para assinar um ANPP, procure um advogado criminalista de confiança. Com a orientação correta, é possível encerrar o caso de forma rápida, legal e sem condenação.