
ANPP em Crimes Tributários e Financeiros: Como Funciona e Quando Aceitar?
Introdução
Você foi denunciado por crime tributário ou financeiro e não sabe como evitar uma condenação criminal? Em muitos casos, é possível recorrer a uma solução legal eficiente: o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP).
Esse acordo, previsto no Código de Processo Penal, permite encerrar o caso antes mesmo de começar o processo judicial, desde que você atenda a certos critérios e aceite cumprir condições acordadas com o Ministério Público.
Neste artigo, você vai entender como o ANPP funciona em crimes tributários e financeiros, quando ele é possível, e como avaliar se vale a pena aceitar o acordo.
O Que é o ANPP?
O ANPP é uma medida criada pela Lei nº 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, e está prevista no art. 28-A do CPP. Ele permite que o Ministério Público proponha ao investigado um acordo, com o objetivo de:
- Evitar o oferecimento da denúncia;
- Substituir o processo penal por medidas alternativas.
Para isso, é necessário que o investigado:
✅ Tenha cometido crime sem violência ou grave ameaça;
✅ Esteja sendo acusado por crime com pena mínima inferior a 4 anos;
✅ Confesse formalmente o delito;
✅ Não seja reincidente doloso.
🛑 Se o acordo for aceito e cumprido, o processo não é iniciado e o réu evita a condenação.
O ANPP Se Aplica a Crimes Tributários e Financeiros?
Sim! O ANPP pode ser proposto em muitos crimes econômicos, desde que os requisitos legais sejam atendidos. Veja alguns exemplos:
📌 Crimes tributários (Lei 8.137/1990):
- Sonegação de tributos;
- Omissão de receitas ou lucros;
- Inserção de elementos falsos em documentos fiscais;
- Apropriação indevida de ICMS declarado e não pago.
📌 Crimes financeiros (Lei 7.492/1986 e outros):
- Gestão fraudulenta de instituição financeira;
- Operações cambiais ilegais;
- Lavagem de dinheiro, em contextos de menor gravidade;
- Emissão de cheques sem fundos com dolo comprovado.
💡 A jurisprudência tem aceitado o ANPP para crimes tributários, especialmente quando há pagamento ou parcelamento do débito. Já nos crimes financeiros, o Ministério Público analisa o valor envolvido, a conduta e o contexto do caso.
Quais São as Condições do Acordo?
O Ministério Público pode exigir medidas como:
✔️ Pagamento ou parcelamento do tributo (nos crimes fiscais);
✔️ Multa substitutiva, proporcional ao dano causado;
✔️ Reparação dos prejuízos à vítima ou ao erário;
✔️ Prestação de serviços comunitários ou comparecimento a cursos de reeducação;
✔️ Comparecimento periódico ao juízo.
📁 Tudo depende do tipo de crime, da gravidade e da conduta do investigado. O acordo é supervisionado pelo juiz e, após o cumprimento, o processo é arquivado definitivamente.
Quando Vale a Pena Aceitar o ANPP?
Cada caso precisa ser analisado com estratégia. O ANPP costuma ser vantajoso quando:
✅ O investigado não quer correr o risco de uma condenação penal;
✅ Há confissão do crime e disposição para reparação do dano;
✅ As provas contra o acusado são fortes;
✅ O acordo evita efeitos colaterais sérios, como perda de cargo público, proibição de contratar com o poder público, ou registro de antecedentes.
⚖️ Em crimes financeiros, o ANPP pode evitar impactos graves na imagem profissional. Em crimes tributários, é uma forma de regularizar a situação fiscal sem transformar o caso em um processo penal.
Conclusão
O Acordo de Não Persecução Penal é uma ferramenta valiosa para resolver crimes tributários e financeiros de menor gravidade sem processo e sem condenação. Ele exige colaboração, confissão e disposição para reparar o dano, mas pode preservar a liberdade, a reputação e a carreira do investigado.
👉 Se você responde a um desses crimes, procure um advogado e avalie o ANPP como estratégia legal. Cada detalhe conta na hora de decidir.